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Museu do Apartheid e Soweto: duas atrações imperdíveis em Joanesburgo

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Índice de Conteúdo

O Museu do Apartheid e o distrito de Soweto são dois dos principais pontos turísticos de Joanesburgo. Depois de conhecer as duas atrações eu pude entender um pouco mais sobre o Apartheid, o triste episódio que ficou marcado na história da África do Sul.

Neste post você vai ver informações sobre:

  1. Museu do Apartheid: entendendo a história da segregação racial na África do Sul;
  2. Tour de Bike no Soweto;
  3. Um resumo sobre o Apartheid na África do Sul: a lei do racismo;
  4. Filmes sobre o Apartheid para você assistir antes da viagem;
  5. A África do Sul após o Apartheid;
  6. O racismo hoje na África do Sul.

Leia Também =>> TOP 10 Principais Pontos Turísticos da África do Sul

1. Museu do Apartheid: entendendo a história da segregação racial na África do Sul

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Museu do Apartheid – Tíquetes mostrando a separação entre brancos e negros

Apesar de existirem outros museus sobre o Apartheid na África do Sul, o mais famoso é o Museu do Apartheid em Joanesburgo.

O museu fica no distrito de Soweto onde aconteceu muitos dos episódios marcantes do regime de segregação racial na África do Sul.

Ao comprar o tíquete de entrada do museu, você recebe um canhoto onde está escrito “whites” (brancos) ou “Non-Whites” (negros e outras raças). Para entrar no prédio, você deve se dirigir ao portão correspondente a cor indicada no tíquete.

E era assim mesmo na época do Apartheid, tudo era separado e brancos e negros não podiam se misturar.

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Entrada do Museu do Apartheid separando brancos e negros

O museu é comovente. São muitas fotos, filmes, entrevistas, documentos e objetos dessa época.

Algumas imagens e fatos narrados são tão absurdos que fazem com que a gente desacredite que este regime tão cruel durou até a década de 90.

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O Museu do Apartheid também conta um pouco da história de muitos heróis. O mais famoso é o Nelson Mandela, um dos líderes mais atuantes do movimento contra o Apartheid.

Mandela ficou preso durante 27 anos e depois disso acabou se tornando presidente da África do Sul. Ele ganhou o Prêmio Nobel da Paz e teve um papel fundamental para conseguir a integração do país com o fim do Apartheid.

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Museu do Apartheid no Soweto – corredor de entrada com identidades antigas identificando negros e brancos
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Museu do Apartheid – imagem de Nelson Mandela no muro da entrada

A mensagem passada no Museu do Apartheid é de manter a história viva, servindo como exemplo para as novas gerações não cometerem os mesmos erros do passado.

Apesar de comovente e muito triste é incrível como lugares como esse fazem a gente crescer espiritualmente como seres humanos. Uma experiência incrível e de muito aprendizado.

Veja mais sobre o nosso roteiro em Joanesburgo e visita ao Museu do Apartheid no post Dicas Completas de Roteiro em Joanesburgo de 1, 2 ou 3 dias. 

Ao lado do museu está o Gold Reef City, um complexo de lazer onde a atração principal é um parque de diversões, estilo o Hopi Hari de São Paulo.

Esse parque é mais visitado pela população local, não atraindo muito o interesse de turistas de fora.

2. Tour de Bike no Soweto

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Grupo no passeio de bike por Soweto

Soweto era a maior Township na época do Apartheid da África do Sul. Townships eram bairros pobres dos subúrbios para onde os negros eram transferidos e obrigados a morar.

Nelson Mandela e Desmond Tutu, dois ganhadores do prêmio Nobel da Paz, já moraram em Soweto, inclusive na mesma rua.

Depois do triste episódio do Apartheid, hoje a maior parte do Soweto continua bem pobre, como se fosse uma grande favela. Outras partes já estão um pouco mais desenvolvidas e são turísticas.

O tour de bike pelo distrito de Soweto sai do hostel Lebo’s. São diversos turistas do mundo inteiro que vão até lá para fazer esse passeio.

Deixamos nosso carro em frente ao hostel, colocamos nosso capacete e saímos pedalando com um grupo de 15 viajantes de outros países e mais três guias que são do distrito.

O passeio é super informativo, os guias contam diversos episódios da história do Soweto, Apartheid e um pouco sobre a cultura local.

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Bicicletas em frente ao hostel Lebos no Soweto

Mas o melhor do passeio, sem dúvida, são as pessoas. A simpatia, os sorrisos, a cordialidade de adultos e crianças é de fazer qualquer um se apaixonar.

Pelos becos, várias donas de casa lavando suas roupas, ouvindo suas músicas típicas e cumprimentando os turistas com um Good Morning” ou “Welcome to Soweto, sempre com um sorriso no rosto.

E as crianças são ainda mais queridas. Várias, mas muitas mesmo têm o costume de seguir as bicicletas pedindo umHi-5 (espécie de “toca aqui” com a mão). O difícil é se equilibrar na magrela enquanto vai brincando de “Hi-5”com uma fileira de crianças.

Toda essa simpatia faz com que você se sinta acolhido, mesmo em um lugar em que a pobreza é visível.

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Soweto – Hi5 com as crianças
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Crianças do Soweto curiosas com a câmera

O tour tem duração de 2 horas ou 4 horas. Fizemos o de 2 horas e achei muito bom. Em 4 horas ele passa por mais lugares, chegando mais perto das torres símbolos do Soweto.

Mas se prepare porque em 2 horas o percurso já é um pouco puxado para quem não tem muito preparo físico.

Durante o passeio, paramos em alguns lugares para os guias passarem informações e experimentamos algumas bebidas e comidas típicas.

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Carne seca “Biltong” e acompanhamento – prato típico popular da África do Sul

Passamos pela antiga Casa de Nelson Mandela (hoje um pequeno museu), pela porta da casa de Desmond Tutu e pelo museu Hector Pieterson.

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Foto histórica no Museu Hector Pieterson no Soweto

O final do tour terminou no hostel onde, sentados ao redor de uma fogueira, o guia contou mais um pouco da cultura local enquanto experimentávamos um tipo de cerveja artesanal.

Um lanche bem reforçado (que serviu como almoço) também é servido ao final do passeio.

Não deixe de ler o post Dicas Completas de Roteiro em Joanesburgo de 1, 2 ou 3 dias para ver como montamos nosso roteiro com o passeio de bike no Soweto.

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Antes de viajar li informações lamentáveis em blogs com opiniões distorcidas sobre turistas, brasileiros inclusive, relatando o medo de visitar o Soweto por causa da falta de segurança.

Falta de informação dá nisso! Posso afirmar sem dúvida que em nenhum momento fiquei com medo de nada, nem para chegar lá, nem enquanto passeava pelas vielas do Soweto.

Como disse, a sensação foi de acolhimento, não de medo. As pessoas devem parar de achar que lugares onde pessoas pobres moram é sinônimo de perigo e bandidagem. Isso sim é preconceito!

O que encontrei pelo caminho só foram sorrisos e muita simpatia, coisa que não encontrei em muitos bairros chiques que já visitei mundo à fora.

Além disso, todo o percurso é feito com guias que moram por lá mesmo. Então fique tranquilo e pode fazer seu passeio sem medo (e sem preconceito!). 

3. Um resumo sobre o Apartheid na África do Sul: a lei do racismo

Apartheid em africâner (língua sul africana) significa “separação”. E tudo era realmente separado. Os negros não podiam se misturar com os brancos e as escolas, cadeiras, ônibus, restaurantes e até bairros eram separados. Não existiam direitos humanos ou qualquer outro apoio.

Durante anos os negros foram tratados com muita violência, sofrendo e vendo diversas pessoas morrerem pela crueldade deste regime de segregação racial, dominado pela minoria branca.

O choque maior é que o racismo fazia parte da lei do país. Dentre uma das leis sancionadas na época do Apartheid é que era considerado crime negros(as) se relacionarem, namorarem ou casarem com brancos(as).

Os absurdos chocantes não param por aí. Os negros foram obrigados a se mudarem para as Townships. Nas Townships os negros não tinham acesso a escolas, hospitais, saneamento básico e empregos.

A situação do país se tornou um caos e muitas pessoas foram impedidas de sair da África do Sul para que as condições subumanas não fossem divulgadas para o restante do mundo.

Muitos movimentos contra o Apartheid surgiram, mas todos sem sucesso. Quem fosse contra o regime, negros ou brancos, eram tratados como traidores por infringirem a lei.

Durante o Apartheid, Nelson Mandela e outros líderes dos movimentos contra as injustiças raciais foram presos, muitos na Robben Island.

Hoje essa ilha é considerada Patrimônio da Unesco e pode ser visitada a partir da cidade de Cape Town. O mais incrível do passeio é que parte dele é guiado por sul africanos que eram presos políticos na ilha na época do Apartheid.

Nós fizemos esse passeio e sem dúvida também é uma atração imperdível na África do Sul. Contamos tudo no post Robben Island: conhecendo a Ilha de Mandela e outros heróis do Apartheid (em breve!).

Após inúmeros protestos no país e no mundo, acompanhados de sanções econômicas, o Apartheid foi perdendo as forças.

Em 1989, o carrasco presidente Pieter Botha (presidente de 1978 a 1989) saiu e tomou posse o presidente Frederick de Klerk que em 1990 anunciou a libertação de Nelson Mandela, após 27 anos de prisão.

Após conhecer a história do Apartheid, não tem como você não https://ilovetrip.com.br/wp-content/uploads/campos-destaque.jpgirar Nelson Mandela, se comover com sua história de vida e entender porque ele foi tão importante e é tratado até hoje como um herói pelos sul africanos.

4. Filmes sobre o Apartheid para assistir antes da viagem

Para entender um pouco mais sobre como foi o Apartheid na África do Sul, recomendo que você assista os seguintes filmes:

  • Winnie: Sobre a história de Winnie Mandela, esposa que continuou sua luta após a prisão de Nelson Mandela;
  • Mandela: O Caminho para a Liberdade: Relata toda a trajetória de Nelson Mandela desde sua infância;
  • Mandela, A luta pela Liberdade: Traz a visão de James Gregory, um guarda da prisão de Robben Island que passou muitos anos com Nelson Mandela;
  • Invictus: Relata a luta de Mandela, pós Apartheid, para unificar o país por meio do esporte.
  • Um Grito de Liberdade: Sobre o líder Nelson Biko e sua relação com o Jornalista Donald Woods durante o Apartheid.

5. A África do Sul após o Apartheid

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Museu Casa de Nelson Mandela no Soweto

O país sofreu com o Apartheid de 1948 a 1994. E o mais incrível sobre o Apartheid foi o movimento liderado por Nelson Mandela, que mesmo preso durante 27 anos, sempre lutou pacificamente pelos direitos iguais entre brancos e negros.

Mandela acreditava em um país livre, onde todos tivessem as mesmas oportunidades de trabalho, estudo e direitos civis. Não incentivava o ódio, guerra civil ou qualquer outro tipo de vingança contra os brancos.

E foi assim que a África do Sul, após anos de muita injustiça, lutas e mortes, conseguiu aos poucos por um fim no Apartheid com a ajuda de Nelson Mandela e tantos outros heróis que lutaram pela paz no país.

A tarefa não foi fácil e até hoje podemos ver alguns traços desse período, como por exemplo, bairros onde predominam brancos e outros onde predominam negros.

Mas mesmo assim, com uma história tão recente, a minha impressão foi de muita surpresa e de muito aprendizado com a África do Sul.

Em todas as cidades que visitamos, apesar do problema de desigualdade social, fiquei com a sensação de estar em um país muito mais desenvolvido do que o Brasil. 

+ Onde ficar em Joanesburgo: dicas dos melhores bairros, hotéis, transporte e mapa

6. O racismo hoje na África do Sul

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É comum ver a figura de Nelson Mandela estampada em bandeiras e faixas em Joanesburgo

Muitas pessoas perguntam e questionam se ainda há racismo no país. E eu fiquei espantada com algumas opiniões que encontrei na internet, por pura leitura superficial e sem fundamento, sobre os problemas sociais e raciais por lá.

Durante nossa viagem, nós vimos pessoas brancas e negras misturadas em shoppings, restaurantes, em rodas de amigos, passeando na rua, levando a vida normalmente como deve ser.

Acho que essa história de racismo fica mais na cabeça de quem vem de fora e fica encanado, procurando pelo em ovo e prestando atenção em qualquer movimento para ver se acontece algum tipo de problema.

Os sul africanos já sofreram demais, tanto que nem é comum se falar sobre o Apartheid por lá. Águas passadas que já ficaram para trás e deram lugar a um novo país, onde a grande maioria da população é negra.

Claro que ainda devem existir pessoas racistas, mas infelizmente esse não é um mal só da África do Sul.

O preconceito ainda existe no mundo inteiro, seja pela cor da pele, orientação sexual, idade, sexo, etc.

A maioria dos negros também continuaram vivendo nos subúrbios das cidades e nas Townships, e os problemas sociais ainda existem. Mas são problemas muito parecidos com os que enfrentamos no Brasil.

E brasileiro falar que está com medo de visitar a África do Sul, fala sério?? O país é muito mais desenvolvido que o Brasil!

Lembre-se que o país renasceu das cinzas e que o motivo para que isso acontecesse foi justamente a paz entre as pessoas.  Hoje a África do Sul é completamente diferente do país na época do Apartheid.

Por isso, visite esse lindíssimo país com o coração aberto. Tenha certeza que você será bem recebido pela simpatia dos sul africanos.

Não dê importância caso encontre informações distorcidas na internet sobre a segregação racial no país. Se você insistir nisso você é que será o único preconceituoso da história.

Leia Também:

+ Mini Guia Joanesburgo: o que fazer e dicas da maior cidade da África do Sul
+ Lion Park Joanesburgo: porque NÃO vale a pena visitar esse parque

Ainda em dúvida sobre o museu do Apartheid? Deixe sua dúvida ou comentário na caixa de discussão mais abaixo.

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Uma resposta

  1. Leandro Lima disse:

    Excelente matéria! estive na áfrica do Sul durante 45 dias..é realmente como você descreveu…

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